segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

FELIZ ANO NOVO!

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Estadão divulga para todo o Brasil que o Paraná de Beto Richa é caloteiro.


Depois da Folha de S. Paulo detonar Beto Richa (PSDB), agora foi a vez de outro famoso jornal brasileiro, O Estado de S. Paulo, mostrar as incompetências e desmandos do governo tucano de Carlos Alberto. Veja a matéria completa do Estadão de ontem:
Em crise, Paraná para de pagar fornecedores
Gastos do Estado com pessoal chegam a 48,8% (o máximo é 49%) e governador interrompe pagamentos da gestão
Julio Cesar Lima / Curitiba, especial para o Estado – O Estado de S.Paulo
A crise financeira que desequilibrou as contas do governo do Paraná neste ano teve mais um capítulo no final do ano.

Rafael Arbex/Estadão
Beto Richa, governador do Paraná
Ao mesmo tempo em que o Estado atingiu a marca de 48,8% da receita comprometida com pagamento de pessoal, aproximando-se do teto de 49% previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, a gestão do governador tucano Beto Richa suspendeu pagamentos a parte de seus fornecedores.
Segundo o Decreto 9.623, publicado no último dia 17, “os empenhos não processados do exercício financeiro de 2013, relativos aos recursos de quaisquer fontes” ficarão cancelados, e depois do dia 31 de janeiro de 2014 “os restos a pagar serão automaticamente cancelados, sendo que o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores, mediante o reconhecimento de dívida pela autoridade competente”.
Com base nisso, há o risco de muitos fornecedores ficarem sem receber a partir de fevereiro de 2014. “A inscrição em restos a pagar, decorrente de despesas de investimentos, só ocorrerá se estiver autorizada pela Secretaria da Fazenda, em função do condicionamento ao limite de metas fiscais estabelecidas”.
O governo não quis falar sobre o assunto e nem explicar as metas que foram projetadas. Segundo a assessoria, “os números estão sendo ajustados”.
A suspensão dos pagamentos ocorre em um momento em que o governo paranaense está prestes a receber cerca de R$ 2 bilhões, entre empréstimos internacionais do Banco Mundial e recursos federais.
O líder da bancada do PT, deputado estadual Tadeu Veneri (PT), disse que o decreto – assinado pelo governador Beto Richa, pelas secretárias Jozélia Nogueira (Fazenda) e Dinorah Nogara (Administração) e o secretário de Governo, Cezar Silvestri – mostra o “desequilíbrio das contas no governo”. Ele fala em “oficialização do calote”.
Segundo o petista, o governo perdeu o controle de suas contas no momento em que desejou fazer uma gestão política. “Eles (governo) investiram R$ 600 milhões em publicidade, mais R$ 1 bilhão em software, sendo que já existia um livre e gratuito e têm gasto muitos recursos na reparações de veículos. Além disso, dispensaram apenas 81 comissionados dos 1.000 anunciados há alguns meses em uma jogada de marketing”, acusa o petista Veneri.
O governo tem enfrentado dificuldades nos pagamentos de fornecedores de combustíveis, atrasos nos repasses de obras – hospitais e escolas – do PAC na Região Metropolitana de Curitiba e há ainda o risco de ser suspensa a entrega de comida aos presos do sistema penitenciário, igualmente por falta de pagamento.
Nesta semana, o governo retirou da pauta de votação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por pressões, a criação da Fundação Estatal em Saúde (Funeas), que seria uma alternativa de contratação de médicos por meio da CLT e que não correria riscos de onerar ainda mais a folha de pagamento e extrapolar o limite da LRF. O projeto voltará a ser discutido em fevereiro de 2014.

via Blog do Tarso

Entrevista da ministra Gleisi Hoffmann ao jornal Gazeta do Povo.

De saída da Casa Civil em janeiro, a ministra Gleisi Hoffmann começa a moldar o discurso para a disputa do governo do Paraná, em 2014. Mesmo sem oficializar a candidatura, a petista faz uma série de críticas à gestão Beto Richa (PSDB) e questiona as declarações de que a administração federal prejudica o estado. Para ela, o crescimento paranaense nos últimos anos se deve à política econômica dos governos Lula e Dilma Rousseff.

“Talvez pudéssemos fazer mais, se nós não tivéssemos um vazio, um deserto de projetos e propostas no governo do Paraná”, afirmou, em entrevista concedida no Palácio do Planalto, semana passada. Dura na avaliação do provável adversário eleitoral no próximo ano, Gleisi se emocionou ao falar dos episódios mais marcantes na passagem pelo ministério. A ministra chorou ao lembrar de uma visita que fez a uma unidade de saúde no Tatuquara, em Curitiba, para verificar o andamento do programa Mais Médicos.

Direto ao ponto: já dá para chamar a sra. de candidata ao governo do Paraná?

As eleições cabem a 2014. Portanto, é quando elas serão discutidas e as definições serão tomadas. Eu tenho várias manifestações favoráveis a eu ser candidata ao governo do Paraná, de lideranças no estado, de prefeitos, de partidos aliados. Mas essa é uma discussão que ainda vamos fazer no início do próximo ano.

Ainda existe alguma possibilidade de não ser candidata e permanecer no ministério?

A possibilidade maior é de eu sair do governo em janeiro. Isso não quer dizer necessariamente que eu saio para ser candidata. A avaliação sobre eu ser candidata ou não será feita no início do ano, com a participação de várias pessoas e partidos que participam da política paranaense.

Então janeiro é mesmo a data-limite para a saída da Casa Civil?

Sim, a presidenta pretende anunciar as mudanças ministeriais a partir de janeiro.

Sem citá-la como candidata, qual é o desafio do PT na próxima eleição paranaense?

Apresentar uma proposta de estado que seja factível, em termos de gestão do estado, de administração, e que isso tenha como objetivo a sustentação de um crescimento e de um desenvolvimento harmonioso do Paraná e de todas as suas regiões. O Paraná é um estado rico, de gente trabalhadora, com grande potencial. Infelizmente, o atual governo do estado não tem dado os estímulos necessários nem tem feito as concertações necessárias para ampliar esse potencial de desenvolvimento.

E quais seriam essas concertações?

Uma grande colaboração que o governo do estado poderia dar, em primeiro lugar, é pagar em dia seus fornecedores. Em segundo lugar, deveria estimular principalmente a micro e pequena empresa e rever sua política de substituição tributária. Em terceiro, enfrentar de vez a questão dos pedágios distorcidos e que tanto contribui para onerar a nossa produção.

A justificativa do governo do estado para a questão do pagamento dos fornecedores passa pelo atraso na liberação de empréstimos que dependem do aval da União, o que sempre foi tratado como uma questão política e até de perseguição do governo federal. Qual é a sua visão sobre isso?

Eu lamento que se tente justificar a incapacidade e a incompetência administrativa do governo estadual e do chefe do Executivo colocando a culpa em outras situações e outras pessoas. Os empréstimos do Paraná só não saíram porque o estado estava com pendências no Cadastro Único de Convênios da União e não respeitava a Lei de Responsabilidade Fiscal, já demonstrando uma desgovernança.

Mas sempre ficou clara que essa era uma questão técnica? A sra. sabia dessas dificuldades ou ficou tudo restrito ao Tesouro Nacional?

Tudo que dependia de nós para encaminhar os empréstimos foi feito. Inclusive esses processos, quando passaram pela Casa Civil, passaram de maneira muito rápida. Não ficou sequer um dia aqui antes de ser despachado. As discussões sobre os empréstimos foram técnicas. Faltou na realidade gestão financeira e administrativa para o estado. O governo da presidenta Dilma tem se pautado por ter uma administração republicana. Todos os estados brasileiros são contemplados com recursos, programas, com os projetos que o governo federal coloca à disposição da sociedade brasileira. Fizemos um grande esforço para que o Paraná pudesse ser contemplado na maioria desses programas. E o estado foi contemplado com investimentos em rodovias, nas BRs-153, 163 a 487, que são trechos com infraestrutura finalizada. Vamos fazer a licitação da BR-163, de Cascavel a Marmelândia. Finalizamos o contorno oeste de Cascavel. Em janeiro vamos entregar o contorno de Maringá. Estamos fazendo um grande investimento em mobilidade urbana em Curitiba. Temos grandes investimentos para o porto de Paranaguá, para os nossos aeroportos, em São José dos Pinhais, no Bacacheri, em Foz do Iguaçu, em Londrina. O programa Minha Casa, Minha Vida tem um dos maiores investimentos no Paraná. Há entregas de máquinas e equipamentos, reformas de unidades básicas de saúde de unidades de pronto atendimento. Colocamos duas universidades no estado. Ou seja, o governo federal tem feito grandes investimentos no Paraná.

Mas há muita reclamação sobre o volume de repasses e de investimentos diretos em relação a outros estados.

Injustamente. Talvez pudéssemos fazer mais, se nós não tivéssemos um vazio, um deserto de projetos e propostas no governo do Paraná.

Então o problema é esse, a falta de projetos?

Com certeza. Há uma baixa iniciativa do governo do estado em relação à captação de recursos federais e de ampliação de programas e projetos.

Até agora a campanha pelo governo do estado vem sendo travada nessa esfera, numa discussão sobre uma possível discriminação que o governo do estado promove contra o Paraná. Isso vai entrar no debate eleitoral para valer, no ano que vem?

É difícil fazer uma avaliação de futuro. Eu espero que seja uma campanha que, quem quer que sejam os candidatos que participem, possa se pautar por um debate propositivo para o nosso estado. O Paraná é um estado muito pujante. Se tiver boas iniciativas e uma boa coordenação de governo, é um estado que pode despontar ainda mais no cenário nacional e internacional.

A sra. recebe muitos pedidos e cobranças para ajudar de alguma forma o Paraná, apesar de a Casa Civil precisar se preocupar com os estados como um todo. Isso atrapalhou a sua gestão de alguma forma, foi algum tipo de incômodo?

De maneira alguma. Recebo a todos aqui com muita boa vontade e com disposição de auxiliar, sejam paranaenses ou sejam representantes de outros estados. Penso que temos que dar respostas aos problemas diversos das unidades da federação. Isso tem a ver com o desenvolvimento do Brasil. O Paraná é um estado que tem crescido muito. Hoje mesmo [dia 19 de dezembro] vi uma matéria na Gazeta do Povo mostrando que o Paraná teve o maior crescimento econômico entre os estados. Até achei interessante a avaliação de alguns representantes do governo do estado, que no meu entender chegam a ser despropositadas, de que o Paraná cresce apesar da União, apesar de o governo federal estar atrapalhando. Eu diria que o Paraná só está crescendo no ritmo que está crescendo graças à política econômica feita pelo governo federal. Quem faz política econômica não é o governo do estado. Se a agricultura teve esse desenvolvimento, é porque fizemos investimentos fundamentais. Hoje nós financiamos a agricultura brasileira com juros subsidiados, de no máximo 5,5% ao ano. Nós temos um programa de investimentos em máquinas e equipamentos com juro de 3,5% ao ano. E colocamos agora, no Plano Safra 2013/2014, um programa de financiamento de armazenagem também com juro de 3,5% ao ano, três anos de carência e 15 anos para pagar. O Paraná é o estado que tem mais projetos em análise na área de agricultura no Banco do Brasil e que mais liberou recursos até agora. Essa pujança da agricultura, que é um dos fatores que levantam a economia paranaense, tem a ver com uma política de estímulo a crédito e investimentos na agricultura. Se nós formos olhar Mato Grosso, com certeza vai ter o mesmo desempenho. O emprego está bom no Paraná porque está bom no Brasil. Nós temos a menor taxa de desemprego nacional da nossa história. É óbvio que tudo isso tem reflexo no Paraná e se deve a uma política de defesa da produção nacional e, principalmente, da indústria. Não podemos esquecer que o Paraná recebeu três grandes empresas na área de indústria automobilística, a Audi, a Volkswagem e a DAF Caminhões, graças ao estímulo da desoneração de 30% no Imposto sobre Produtos Industrializados. Aqui não tem estímulo do governo do estado. Portanto, a política de proteção de emprego tem a ver com medidas nacionais e não locais.

Então a sra. vê que o crescimento do Paraná não ocorre “apesar” do governo federal, mas “por causa” do governo federal, é isso?

É por conta das políticas que estamos desenvolvendo de proteção do nosso emprego, da nossa renda, da nossa indústria e da produção agrícola. Eu poderia dizer que, a despeito do que o governo do Paraná está fazendo, nós crescemos. Porque nós temos no Paraná um pedágio caro, nós temos fornecedores sem receber e tivemos agora uma política de substituição tributária que praticamente afoga nossas pequenas e micro empresas.

Tirando a polêmica sobre os empréstimos, como a sra. avalia a questão das dificuldades nas contas do estado?

Com muita preocupação. Eu trabalhei no governo do Mato Grosso do Sul, fui secretária de estado lá. A economia deles é binária, baseada na produção de soja e boi. É um estado pouco industrializado e que, portanto, arrecada pouco. Mesmo assim nós conseguimos deixar em ordem as finanças, pagar as contas e estimular o desenvolvimento. A economia paranaense é diferente, é diversificada. Tem agricultura, grande, média e familiar, tem indústria, comércio desenvolvido, um bom setor de serviços. Mesmo assim, o governo do estado não consegue captar essa pujança para que a gestão possa ser melhorada. Me preocupa muito. Mostra a falta de zelo, a incompetência, a incapacidade administrativa do governo.

Como a sra. gostaria que sua passagem pela Casa Civil fosse lembrada?

A minha intenção desde o início foi de ter uma atuação discreta, de auxiliar a presidenta na estruturação e no monitoramento dos programas. Foi uma gestão voltada para dentro do governo, que também foi o justamente o que a presidenta me solicitou à época. Portanto, eu espero que a minha colaboração nesse sentido tenha sido efetivada. A melhor forma de eu ser lembrada é como eu me propus a trabalhar aqui: de uma maneira discreta.

A Casa Civil tinha antes um perfil mais político e quando a sra. entrou só falou em gestão.

O foco foi esse. Para isso que eu me organizei junto com a equipe. Hoje a presidenta tem a condição de fazer entregas em quase todas as áreas em que ela se focou. Nós temos um monitoramento dos programas, sabemos os seus resultados, os problemas que ainda existem e o que eles estão trazendo de benefícios à população brasileira.

A presidente Dilma é sempre citada como “mãe” do PAC. A senhora se sente um pouco “mãe” do pacote de concessões do governo federal, o Programa de Investimentos em Logística (PIL)?

De maneira alguma. O projeto de concessões reuniu muitas áreas no governo. Coube à Casa Civil coordenar o trabalho nessas áreas, mas ele é resultado de um esforço muito grande, dos ministérios dos Transportes, da Fazenda, da Secretaria de Portos, da Secretaria de Aviação Civil. Muitas áreas gastaram muita energia com ele.

Mas foi o programa que deu mais trabalho?

Eu diria que foi o mais desafiador, pelo tamanho, pelo volume de recursos que estão sendo mobilizados e por ter vários modais sendo colocados ao mesmo tempo para serem concedidos. Orquestrar esse conjunto de órgãos federais, de fiscalização, de regulação e de mercado foi um grande desafio.

As concessões são um sinal de que o PT e o governo reviram o seu conceito de relacionamento com o setor privado?

Nós já tínhamos uma experiência no PAC, que também teve uma série de estímulos a parcerias público-privadas. A área de energia há muito tempo recebe investimentos por meio de concessões. O Estado brasileiro já tinha esse costume e continuou com essa proposta. Nós agora aprofundamos. Foi muito motivado porque precisávamos mobilizar um valor maior de recursos e, principalmente, recursos vindos da iniciativa privada para investimento. E também utilizar mais a capacidade gerencial da iniciativa privada em desenvolver projetos. Esses foram os dois grandes motivadores para que nós pudéssemos ampliar as parcerias nas obras de infraestrutura.

A sra. está saindo da Casa Civil bem no momento em que as concessões começam a sair do papel, com a definição de vários leilões de rodovias e aeroportos.

Ainda bem que estão se realizando. Para chegar nesse momento de realização e resultados, muitos esforços foram feitos. Nós trabalhamos nesse processo de concessão desde o final de 2011 e início de 2012, quando nós começamos a analisar e a integrar o Plano Nacional de Logística de Transporte com o Plano Nacional de Logística Portuária.

O balanço é satisfatório?

É. A iniciativa privada atendeu o chamado do governo e o modelo das concessões de aeroportos e rodovias mostraram-se modelos de sucesso. Conseguimos fazer as concessões, termos uma baixa tarifa, que era nossa preocupação maior, e termos investidores com vontade de investir, com retorno daquilo que colocaram.

Os índios chegaram a fazer um enterro simbólico da sra. na frente do Congresso. Alguma coisa mudou na interpretação da sra. sobre demarcação de áreas indígenas?

Este é um país que tem lugar para todos, para índios e para não índios. Nós já temos demarcados 120 milhões de hectares de terras indígenas. Isso era um débito que o Estado brasileiro tinha com essa população. O que nós precisamos agora é ter equilíbrio com essas demarcações. Nós não podemos hoje desalojar um pequeno agricultor ou uma comunidade quilombola para fazermos uma demarcação. Nós temos que chegar a uma mediação. Todos têm direito a se estabelecer no território nacional. Portanto, o direito de um não pode tirar o direito de outro. Estamos falando de pessoas que estão cultivando a terra há mais de 80, 100 anos. Nós precisamos mediar e isso não se faz só por demarcação. Talvez tenhamos que partir para uma outra situação, que sejam assentamentos, compra de terra, indenizações, tudo isso tem que ser estudado. Agora, para não termos injustiça, em qualquer processo fundiário, temos de ouvir todos os atores envolvidos – a Fundação Nacional do Índio, os representantes dos índios, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Ministério da Agricultura, a Secretaria de Direitos Humanos. Quando todos podem acompanhar e opinar sobre um processo, com certeza ele vai ser mais justo e mais equilibrado no final.

Que balanço a sra. faz do episódio envolvendo o ex-assessor da Casa Civil Eduardo Gaievski (o ex-assessor foi preso em agosto por suspeita de estupro de menores e favorecimento de prostituição)? Ficou alguma lição?

Foi um episódio muito triste. Lamentei muito pelo que aconteceu. Eu espero sinceramente que as coisas sejam devidamente esclarecidas e apuradas e as responsabilidades punidas.

A sra. teme que esse caso seja utilizado durante a campanha para atingi-la?

Isso já foi bastante utilizado, inclusive por perfis falsos nas redes sociais. Perfis até feitos e estimulados por servidores do governo do estado, o que eu lamento muito. Mas acho que a população sabe separar bem isso.

Como foi o cotidiano do relacionamento com a presidente?

Muito bom. Aprendi muito com a presidenta. Ela é uma pessoa firme, determinada, que faz cobrança por resultado. É uma grande gestora. Acho um privilégio para o nosso país ter uma mulher como ela na sua direção. Hoje temos programas com resultados grandes para a população brasileira. Temos certeza que estamos qualificando cada vez mais a máquina pública, a gestão pública, e a presidenta tem uma grande responsabilidade nisso.

A presidente tem uma imagem para a população de alguém durona, que cobra muito. No dia a dia ela é assim mesmo?

Ela cobra muito e tem que cobrar. Mas existe um mito sobre o comportamento da presidenta. Penso que isso é estimulado porque na administração pública as pessoas não estão acostumadas à cobrança de resultados. E nós temos que nos acostumar. Nós estamos fazendo gestão para o povo brasileiro, com dinheiro do povo brasileiro. Nós temos que dar resultado.

O que mudou na Gleisi que chegou ao governo em 2011 para a Gleisi de hoje?

Aprendi muito aqui. A conhecer o Brasil, os desafios, as necessidades, as diferenças que esse país tem em termos regionais, a importância das políticas públicas para o desenvolvimento e o equilíbrio do país. Com certeza eu saio outra pessoa. Com uma visão de maior responsabilidade em relação à gestão pública.

Teve algum episódio que possa ser considerado como mais marcante nessa passagem pela Casa Civil?

Todos os lançamentos de programa, de projetos, foram muito positivos. E principalmente quando a gente monitora os resultados. Um dos programas que eu mais gostei de participar e que me deram muito prazer pelo resultado prático foi o Viver Sem Limites e o Mais Médicos. O Viver Sem Limites é voltado à pessoa com deficiência e, pela primeira vez, o Estado brasileiro mobilizou 15 órgãos para ter uma política pública efetivada para esse setor da sociedade. Era um débito que nós tínhamos. E o Mais Médicos pelo conjunto que tem para o conjunto da população. Eu fiz questão de visitar uma unidade de saúde em Curitiba, no Tatuquara, para saber como na prática estava sendo um programa que estávamos começando a discutir em 2012. Foi emocionante ver a população dizer: o médico me atende [nesse momento da entrevista, Gleisi começa a chorar]. Eu acho que isso é dar resultado às pessoas.

 #equipe

domingo, 29 de dezembro de 2013

"Rede Globo, fantástico é o seu racismo!".


“A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil, deveras sentenciou Joaquim Nabuco. Mas na versão global, ironicamente “inteligente”, ele diz: “O Brasil já é um país mestiço! E não vamos tolerar preconceito!”.

Nas últimas semanas escrevi dois textos sobre a relação entre meios de comunicação, publicidade e humor e a prática de racismo, o primeiro provocado por uma peça publicitária de divulgação do vestibular da PUC-PR e o segundo por conta de um programa de humor que ridicularizava as religiões de matriz africana. Hoje, graças a Rede Globo de televisão, retorno ao tema.
Neste domingo 3 de novembro o programa Fantástico, em seu quadro humorístico “O Baú do Baú do Fantástico”,  exibiu um episódio cujo tema é muito caro para a história da população negra no Brasil.
Passado mais da metade do programa, eis que de repente surge a simpática Renata Vasconcellos. Sorriso estonteante ainda embriagado pela repentina promoção: “Vamos voltar no tempo agora, mas voltar muito: 13 de maio de 1888, no dia em que a Princesa Isabel aboliu a escravidão. Adivinha quem tava lá? Ele, o repórter da história, Bruno Mazzeo!”


O quadro, assinado por Bruno Mazzeo, Elisa Palatnik e Rosana Ferrão, faz uma sátira do momento histórico da abolição da escravidão no Brasil. Na “brincadeira” o repórter entrevista Joaquim Nabuco, importante abolicionista, apresentado como líder do movimento “NMS – Negros, mulatos e simpatizantes”!
Princesa Isabel também entrevistada, diz que os ex-escravos serão amparados pelo governo com programas como o “Bolsa Família Afrodescendente”, o “Bolsa Escola – o Senzalão da Educação” e com Palhoças Populares do programa “Minha Palhoça, minha vida”!
“Mas por enquanto a hora é de comemorar! Por isso eles (os ex-escravos) fazem festa e prometem dançar e cantar a noite inteira…” registra o repórter, quando o microfone é tomado por um homem negro que, festejando, passa a gritar: “É carnaval! É carnaval!”
O contexto
Não acredito que qualquer conteúdo seja veiculado por um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo apenas por um acaso ou sem alguma intencionalidade para além da nobre missão de “informar” os milhões de telespectadores, ora com seus corpos e cérebros entregues aos prazeres educativos da TV brasileira em suas últimas horas de descanso antes da segunda feira – “dia de branco”.
E me perguntei: Por que – cargas d’água, a Rede Globo exibiria um conteúdo tão politicamente questionável? O que teria a ganhar com isso? Sequer estamos em maio! Que “gancho” ou motivação conjuntural haveria para justificar esse conteúdo?
Bom, estamos em novembro. Este é o mês reconhecido oficialmente como de celebração da Consciência Negra. É o mês em que a população  a f r o d e s c e n d e n t e  rememora, no dia 20, Zumbi dos Palmares, líder do mais famoso quilombo e personagem que figura no Livro de Aço como um dos Heróis Nacionais, no Panteão da Pátria. Relevante não?
Estamos também na véspera da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que começa nesta terça, dia 5 e segue até dia 7 de Novembro, em Brasília, momento ímpar de reflexão e debates sobre os rumos das ações governamentais relacionadas a busca de uma igualdade entre brancos e negros que jamais existiu no Brasil. Isso somado à conjuntura de denúncia de violência e assassinatos que tem como principais vítimas os jovens negros, essa Conferência se torna ainda mais importante.
Voltando ao Fantástico, evidente que há quem leia as cenas apenas como um mero quadro humorístico e como exagero de “nossa” parte. Mas daí surge novas perguntas:
Um regime de escravidão que durou 388 anos; Que custou o sequestro e o assassinato de aproximadamente 7 milhões de seres humanos africanos e outros tantos milhões de seus descendentes; e que fora amplamente denunciado como um dos maiores crimes de lesa-humanidade já vistos, deve/pode ser motivo de piadas?
Quantas cenas de “humor inteligente” relacionado ao holocausto; Ou às vítimas de Hiroshima e Nagasaki; Ou às vítimas do Word Trade Center ou – para ficar no Brasil – às vítimas do incêndio na Boate Kiss, assistiremos em nossas noites de domingo?
Ah, mas ex-escravizados festejando em carnaval a “liberdade” concebida pela áurea princesa boazinha, isso pode! E ainda com status de humor crítico e inteligente.
Minha professora Conceição Oliveira diria: “Racismo meu filho. Racismo!”.

A democratização dos meios de comunicação como forma de combate ao racismo
Uma das tarefas fundamentais dos meios de comunicação dirigidos pelas oligarquias e elites brasileiras tem sido a propagação direta e indireta – muitas vezes subliminar, do racismo. É preciso perceber o que está por trás da permanente degradação da imagem da população negra nesses espaços. Há um pensamento racista que é, ao mesmo tempo, reformulado, naturalizado e divulgado para a coletividade.
A arte em forma de publicidade, teledramaturgia, cinema e programas humorísticos são poderosos instrumentos de formação da mentalidade. O que vemos no Brasil, infelizmente, é esse poder a serviço do fomento a valores racistas e preconceituosos que, por sua vez, gera muita violência. A democratização dos meios de comunicação é fundamental para combater essa realidade. No mais, deixo duas perguntas ao governo federal e ao congresso nacional, dos quais devemos cobrar:
O uso de concessão pública para fins de depreciação, desvalorização da população negra e da prática do racismo, machismo, sexismo, homofobia e todos os tipos de discriminação e violência não são suficientes para colocar em risco a concessão destes veículos?
Por que Venezuela, Bolívia e Argentina, vizinhos latino-americanos, avançam no sentido de diminuir a concentração de poder de certos grupos de comunicação e no Brasil os privilégios para este setor só aumentam?
Tantas perguntas…

Leia também do Facebook da Carta Capital

sábado, 28 de dezembro de 2013

Vídeo mostra PMs de UPP, no Rio, roubando uma mulher.



via Diário do Centro do Mundo

O pior brasileiro do ano.

                                                Um péssimo exemplo para os brasileiros

X é um amigo querido meu. Mesma profissão, mesma geração, mesma redação durante anos.
X é, também, uma demonstração do efeito deletério de Joaquim Barbosa sobre a alma dos brasileiros.
X é, essencialmente, um bom cara: solidário, generoso, magnânimo. São as razões que me levaram a mantê-lo entre os amigos no correr dos longos dias.
Fui notar o veneno de JB em menções de X a Genoino. O desespero de Miruna, a delicada situação de saúde de Genoino: nada disso provocou o menor sentimento de piedade em X, e isso mesmo no Natal, um período em que tendemos a ser mais tolerantes e mais compassivos.
Genoino é, para X, um “mensaleiro” que “quer moleza”. Moleza é cumprir a prisão domiciliar em casa, na modesta residência do Butantã, em São Paulo, e não em Brasília, onde contraparentes lhe cederam um quarto.
Isto é a “moleza”.
Já escrevi sobre isso e repito: o mal maior de Joaquim Barbosa é o exemplo de inclemência – maldade, usemos logo a palavra certa – que ele passa a brasileiros como meu amigo X.
É um crime contra a nacionalidade.
Veja, no extremo oposto, o que o papa Francisco transmite: tolerância, generosidade, solidariedade.
Se a humanidade seguir Francisco, todos ganharemos. Se os brasileiros seguirem Barbosa, será uma tragédia.
Não gosto de simplificações, mas é como se um representasse as forças do bem e o outro as forças do mal.
X, como tantas outras pessoas, está seguindo JB ao se pronunciar com ausência completa de simpatia – com raiva, na verdade — sobre o “mensaleiro que quer moleza”.
E então chego a Miruna, a filha de Genoino, modesta professora em São Paulo.
Em mais um gesto de desespero, ela enviou uma mensagem a alguns jornalistas, entre os quais eu.
O título é autoexplicativo: “Revolta!”
Tomo a liberdade de reproduzir, por entender que é um caso de interesse público. Repare que ela não consegue citar o nome de Joaquim Barbosa.
Abaixo, a mensagem.
“Palavras textuais do presidente do STF sobre a situação do meu pai:
“Por fim, considerada a provisoriedade da prisão domiciliar na qual o condenado vem atualmente cumprindo sua pena, e a forte probabilidade do seu retorno ao regime semi-aberto ao fim do prazo solicitado pela Procuradoria-Geral da República, considero que a transferência ora requerida fere o interesse público.
Por todo o exposto, indefiro o pedido de cumprimento da pena em regime domiciliar em São Paulo.”
Eu sei que não posso falar tudo o que penso sobre o presidente da suprema corte de justiça de meu país. Mas, também, que adjetivo é possível usar para alguém que proíbe um condenado CARDÍACO de cumprir sua pena DOMICILIAR em seu DOMICÍLIO e ainda ameaça de que em fevereiro vai colocá-lo de volta na prisão?
O próprio laudo feito pelos médicos escolhidos a dedo por Barbosa fala: “Desta feita, o tratamento anti-hipertensivo de longo prazo deve incluir (… cita a dieta, exercícios e tal) A RESTRIÇÃO DA INFLUÊNCIA DE FATORES PSICOLÓGICOS ESTRESSANTES”. Que tal isso ser considerado a começar pelo presidente do Supremo? O que vocês acham que se pode dizer de alguém que já ameaça e anuncia, no dia 28 de dezembro, uma época realmente propícia para ameaças, que a pessoa vai voltar para a cadeia em dois meses????????????”
Os vários pontos de interrogação refletem a perplexidade de Miruna.
Se lesse isso, meu amigo X louvaria Joaquim Barbosa.

Pelo mal que JB faz à índole nacional, e pela influência sinistra que exerce sobre meu amigo X, ele é o Pior Brasileiro do Ano.

via Diário do Centro do Mundo

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Salmão pode garantir liberdade a Jefferson.

Assistente de Joaquim Barbosa, a juíza auxiliar da Presidência do Supremo Tribunal Federal, Rosimayre Gonçalves de Carvalho Fonseca, telefonou para as autoridades penitenciárias do Rio de Janeiro perguntando se havia condições de dar ao ex-deputado Roberto Jefferson a dieta prescrita por nutricionistas, que envolve até salmão defumado; como a resposta foi negativa, Barbosa, que nunca quis prender o delator do chamado mensalão, já tem um argumento na manga para mantê-lo solto

247 - O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que nunca quis prender Roberto Jefferson, delator do chamado mensalão, já tem um motivo para mantê-lo solto, muito embora ele tenha sido condenado em regime fechado e tenha confessado ter recebido R$ 4 milhões usados pelo caixa dois do PTB.
Na sexta-feira, uma juíza auxiliar a presidência do Supremo Tribunal Federal indagou às autoridades penitenciárias do Rio de Janeiro se haveria condições de prescrever a Jefferson a dieta recomendada por seus médicos, que inclui até salmão defumado. Como a resposta foi negativa, Barbosa já tem um argumento formal para mantê-lo livre, leve e solto.
A decisão, no entanto, contrariaria recomendação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que sugeriu a prisão de Jefferson.
Abaixo, a nota publicada na coluna de Ancelmo Gois, do Globo, sobre o zelo dedicado pelo STF a Roberto Jefferson:

Se depender das autoridades penitenciárias do Rio, Roberto Jefferson vai cumprir pena em prisão domiciliar.

Sexta passada, a juíza auxiliar da presidência do STF, Rosimayre Gonçalves de Carvalho Fonseca, telefonou para o secretário da Seap, Cesar Rubens, perguntando se havia condições de dar ao ex-deputado a dieta prescrita por nutricionistas.

Segue...
Cesar Rubens respondeu que não. É que a dieta de Jefferson, que se recupera de um câncer, inclui salmão e outros produtos que não constam do cardápio da prisão.
A decisão será do STF.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A direita tem a grande mídia e o STF nas mãos. As Redes Sociais serão a grande arma da esquerda em 2014.


O PT NAS REDES SOCIAIS 

por Alberto Cantalice*


Usina de más notícias, a grande mídia monopolizada vem sistematicamente perdendo espaços no horizonte informativo.

Ocupando ou querendo ocupar o espaço que seria dos Partidos ditos oposicionistas, setores dessa mesma mídia comportam-se como verdadeiros partidos.

Vítimas de um cerco antigo e persistente dos setores conservadores, cabe às forças progressistas e de esquerda buscar meios e modos para se comunicar.

A emergência e a importância das redes sociais veio suprir esse vácuo.

Hoje se vê milhares de páginas, no Facebook e no Twitter, atuando firmemente para desmistificar a lógica do pensamento único e a verdadeira usina de boatos e mentiras que aparecem no panorama.

Nós, do Partido dos Trabalhadores, estamos fazendo a nossa parte. 

A nossa página oficial na Internet, assim como o Facebook e Twitter do PT estão entre os mais interativos.

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*Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Gustavo Fruet quebra o silêncio sobre 2014: "Eu vou apoiar Gleisi".

via Brasil 247
“Eu vou apoiar Gleisi”; a declaração do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), carimba o apoio da legenda pedetista na capital à candidatura da ministra Gleisi Hoffmann (PT), ao governo do Paraná em 2014; quebra de silêncio frustra o Palácio Iguaçu, que sonhava com apoio do prefeito à reeleição de Beto Richa (PSDB); Fruet falou, ainda, sobre a possibilidade de diminuição no preço das passagens de ônibus e foi taxativo: “Não. Agora não, nós já reduzimos este ano e foi a primeira vez na história que houve redução na tarifa técnica”.

“Eu vou apoiar Gleisi”. A declaração do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), carimba o apoio da legenda pedetista na capital à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), ao governo do Paraná em 2014. Segundo o gestor, em nível nacional, o partido deve optar se aliança com o Partido dos Trabalhadores e apoiar a presidente Dilma Rousseff (PT), que tentará a reeleição. Fruet disse, ainda, que, para o Senado, o PDT apoiará o ex-senador Osmar Dias.
Em relação às questões administrativas, um dos principais pontos abordados na entrevista concedida ao jornal Valor Econômico foi a possibilidade de redução das tarifas de ônibus em 12%. Questionado sobre se esta diminuição no preço das passagens seria viável, o prefeito foi taxativo: “Não. Agora não, nós já reduzimos este ano e foi a primeira vez na história que houve redução na tarifa técnica. Isso é possível desde que haja alternativa de financiamento”.
Leia a íntegra da entrevista concedida ao Valor Econômico:
‘A tarifa de ônibus é nossa bomba relógio’
Quando assumiu a Prefeitura de Curitiba, no início de 2013, Gustavo Fruet (PDT) pediu à população um tempo para colocar o caixa em dia. Mostrava goteiras nas escolas e janelas quebradas em postos de saúdes para segurar os clamores por aumentos de salários e novos investimentos e contava com a recém-conquistada popularidade das urnas para esticar o prazo – e o pagamento das dívidas – ao máximo.
Fruet e o restante dos políticos do país, porém, não contavam com as manifestações de junho que o obrigaram a reduzir tarifas de transportes e trazer a questão da mobilidade para o centro da discussão na capital paranaense. “Foi um sinal muito claro de critica às prestações de serviço e ficou muito focado no preço da tarifa”, disse Fruet ao Valor.
Em resposta, o prefeito abriu o que chama de “caixa preta do transporte público”: colocou contas e documentos na internet, pediu auditorias e diminuiu o preço da passagem. O movimento culminou em uma CPI que concluiu pela necessidade de uma redução ainda maior, o que, para o prefeito, é inviável sem novas fontes de financiamento.
Fruet assumiu a Prefeitura de Curitiba com o maior déficit da história, que alcançou 10% das receitas correntes em 2012. O primeiro passo foi equacionar uma dívida de R$ 571 milhões da administração anterior, dos quais R$ 403 milhões não tinham nem empenho nem dotação orçamentária.
Em julho, assinou decreto que parcelou o pagamento da dívida em três anos, corrigida pela inflação, comprometendo quase a metade da capacidade de pagamento da prefeitura e prejudicando novos investimentos.
Com isso, a previsão é fechar o ano com o déficit em 5% das receitas correntes, número alcançado também com a ajuda do crescimento na arrecadação, que foi de 8,6% até novembro. O aumento foi atribuído pelo prefeito principalmente pela melhoria na fiscalização do pagamento de impostos municipais e pelo crescimento na arrecadação de 17% no ICMS.
Se num primeiro momento a população pareceu compreensiva, desde meados do ano as reclamações nas ruas cresceram e o prefeito enfrentou a primeira greve no fim do ano – das educadoras de creches, que querem salários e condições equiparadas a professores de educação infantil. Além disso, são muitas as reclamações na área da saúde, que teve pronto-socorros que suspenderam atendimentos e falta de medicamentos.
“Até por sua experiência como parlamentar, Fruet tem mais habilidade política e vem negociando reajustes e contratações com as categorias. Como é um primeiro ano, ele ainda tem um crédito, mas isso tem um limite que não se estenderá para 2014″, analisa o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Costa de Oliveira.
Oliveira ressalta que o governo Fruet foi facilitado pela falta de oposição na Câmara dos Vereadores, formada praticamente por aliados do prefeito.
“Temos muitos problemas também em relação à Copa, o principal deles a falta de transparência”, afirma a líder do PMDB, Noêmia Rocha, uma das poucas vozes da oposição na Casa. “Não vamos estar preparados para receber a Copa, o que é muito ruim. A Curitiba cidade-modelo hoje só existe na teoria, na prática não é isso o que vemos mais”.
A pressa em sanear as contas se dá também para garantir os repasses do governo federal, nos quais Fruet, aliado de Dilma Rousseff, pretende compensar a baixa capacidade de investimento municipal. Em 2013, o grande destaque da administração do pedetista foi o anúncio de R$ 4,56 bilhões para a sonhada obra do metrô curitibano, discutida na cidade há mais de 40 anos, sendo R$ 1,8 bilhão diretamente do Orçamento federal.
Dilma, com Gleisi Hoffmann (Casa Civil) a tiracolo, visitou a cidade em novembro para anunciar a liberação dos recursos, para a fúria do governador Beto Richa (PSDB), que, mesmo depois de liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), não consegue que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) libere o Estado do Paraná a tomar empréstimos junto a organismos internacionais.
A STN alega que o Paraná ultrapassou limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas Richa nos bastidores afirma que há má vontade política, já que ele concorrerá com Gleisi ao governo do Estado no próximo ano.
“Vou medir minhas palavras, porque senão a gente entra num debate de quem é perseguido e quem é privilegiado e não é nessa linha. A gente procurou fazer a lição de casa, até porque a STN e o governo federal veem as contas da prefeitura”, desconversa Fruet.
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Gustavo Fruet, 50, foi eleito prefeito de Curitiba no segundo turno em 2012, deixando para trás o deputado federal Ratinho Júnior (PSC) e o então prefeito Luciano Ducci (PSB). Doutor em direito pela UFPR, é curitibano e filho do ex-prefeito da cidade Maurício Fruet. Foi vereador e deputado federal pelo PSDB. Depois de perder a eleição ao Senado em 2010, desligou-se do partido, que preferiu apoiar Ducci à Prefeitura de Curitiba, e filiou-se ao PDT para concorrer ao cargo.
A seguir, os principais trechos da entrevista ao Valor:
Valor: Como o senhor avalia o primeiro ano de sua gestão?
Gustavo Fruet: Assumi com um déficit de 10% das receitas correntes, que foi o maior déficit da história da cidade. Quando assumimos, levamos um tempo para ter todas as informações, na transição não ficou muito claro. Isso acabou gerando uma restrição muito grande este ano. Tivemos que fazer primeiro uma contenção de despesa. Paga-se um preço por isso. Nunca disse tanto não e nunca briguei tanto internamente. Segundo, renegociamos a dívida, só aí a gente já comprometeu metade de nossa capacidade de pagamento, para mostrar o que significa em termos de investimento para a cidade. Vamos terminar o ano ainda com déficit.
Valor: Quais as áreas mais problemáticas?
Fruet: Na saúde, o déficit girava em torno de R$ 120 milhões e é uma área de média e alta complexidade que não dá para parar. Estamos somando até o fim do ano mais R$ 300 milhões no orçamento, parte do governo federal. Outro ponto que é uma bomba relógio: transporte. No final de 2010, foi feita a licitação do transporte público. Dois anos depois de o sistema ter sido licitado, assumo com as empresas alegando déficit, o sindicato dos trabalhadores alegando déficit, o sistema perdendo qualidade de financiamento e dependendo de subsídio do governo do Estado e com a declaração do governador de que o subsídio não será renovado. Em junho, surgem as manifestações. Foi um sinal muito claro de crítica às prestações de serviço e ficou muito focado no preço da tarifa. Tentamos abrir ao máximo o diálogo. Baixamos a tarifa para mostrar que há disposição nesse sentido. Deixamos claro o compromisso de transparência, mas que esse dinheiro tem que sair de algum lugar. A prefeitura deixará de investir em áreas importantes como saúde e educação. Essa é uma bomba relógio pra fevereiro do ano que vem, quando o contrato prevê novo aumento da tarifa.
Valor: A Câmara dos Vereadores concluiu uma CPI que disse ser possível reduzir a tarifa de ônibus em 12%. Para a prefeitura isso é viável?
Fruet: Não. Agora não, nós já reduzimos este ano e foi a primeira vez na história que houve redução na tarifa técnica. Isso é possível desde que haja alternativa de financiamento. Tira a gratuidade dos idosos. É justo? Quem paga? Tira a gratuidade dos policiais, dos carteiros. É justo? Quem paga? Isso tem que ser discutido.
Valor: As obras para a Copa estão atrasadas em Curitiba e recentemente a cidade se envolveu em mais uma polêmica ao não enviar representantes no sorteio dos grupos.
Fruet: Curitiba não está atrasada, Curitiba está em dia. Eu fui [no sorteio]. Guerra de versões não adianta, eu me atenho ao que é essencial. Curitiba estava lá, as duas representantes, que não tinham credencial, estavam lá, eu estive lá no dia da coletiva. O que é de responsabilidade da prefeitura em relação a estruturas para a Copa está em dia. O que tem é uma questão do estádio. Estabeleceu-se uma responsabilidade tripartite do governo do Estado, prefeitura e Atlético Paranaense num projeto orçado em R$ 130 milhões em 2009, depois subiu para R$ 180 milhões em 2012. Agora o Atlético alega que faltam mais R$ 80 milhões e que a responsabilidade é tripartite, mas a nossa procuradoria diz que não é isso vai dar uma discussão.
Valor: Existe o risco de não ter jogos da Copa em Curitiba?
Fruet: Não. Pode atrasar a entrega da obra, mas entrega no prazo para o jogo. A Fifa trabalha com prazos largos para evitar surpresas, mas nada que comprometa o jogo.
Valor: O senhor anunciou o projeto do metrô com recursos federais, obras da Copa com recursos federais. Facilita ter um aliado em Brasilia?
Fruet: Desde o início viemos trabalhando com projetos de mobilidade junto ao governo federal. Vou medir minhas palavras porque senão a gente entra num debate de quem é perseguido e quem é privilegiado e não é nessa linha. A gente procurou fazer a lição de casa, até porque a Secretaria do Tesouro Nacional e o governo federal vê as contas da prefeitura.
Valor: Quais são as prioridades para 2014?
Fruet: A primeira grande linha é a mobilidade, o projeto prioritário é o metrô. Para esse projeto serão R$ 4,6 bilhões e em janeiro ou fevereiro vamos lançar o edital. Teremos outro grande investimento na área ambiental, com um projeto de gestão de rios de R$ 700 milhões do governo federal e outro grande projeto na área habitacional perto de R$ 1 bilhão do Minha Casa Minha Vida já com a questão do lixo resolvida, alternativas energéticas e ciclovias.
Valor: Em relação à eleição do ano que vem, já está fechado o apoio do PDT à candidatura da ministra Gleisi Hoffmann? E a vaga ao senado, o candidato será mesmo o Osmar Dias?
Fruet: Eu vou apoiar a Gleisi, ponto. A tendência do PDT é apoiar a Gleisi. O nome natural para o Senado é o Osmar, depende da definição dele. Ele tem evitado participar de eventos políticos no Estado em função da importante função que ele ocupa (vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil)
Valor: E no cenário nacional?
Fruet: A tendência natural do PDT é apoiar a Dilma, para mim não tem dúvida mais.

com Blog do Esmael