sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Milhares de venezuelanos tomaram as ruas para apoiar Chávez: "Não voltarão".


“Não voltarão”: milhares de venezuelanos tomam centro de Caracas para apoiar Chávez. Apoiadores do presidente atenderam em massa a convocatória do governo para defender decisão do Supremo venezuelano

“Não voltarão!”, grita Haydée Reyers, de 54 anos, durante ato multitudinário realizado na tarde desta quinta-feira (10/01) nos arredores do Palácio de Miraflores. A garçonete, a exemplo de outros milhares de venezuelanos que atenderam ao chamado do governo venezuelano, compareceu ao ato para “defender o mandato do presidente Hugo Chávez” e “impedir que a oposição retorne ao poder no país”. “O povo está jurando a posse do presidente”, continuou a venezuelana.
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Milhares de venezuelanos saíram às ruas em apoio à Revolução e ao presidente Hugo Chávez. (Foto: Agência Efe)
Desde a internação do líder venezuelano em Havana para uma quarta cirurgia contra um câncer, em 11 de dezembro de 2012, oposição e governo apresentaram visões diferentes sobre o 10 de janeiro, data em que Chávez deveria tomar posse frente à Assembleia Nacional. O preceito está previsto no artigo 231 da Constituição, porém, para os chavistas, o trecho menciona que, se por “motivo de força maior” o presidente não puder estar na posse, a mesma será feita frente ao Supremo Tribunal de Justiça.
A leitura do governo foi acatada tanto pela maioria dos deputados do parlamento como pelo TSJ venezuelano. No entanto, partidos opositores defenderam que o presidente da assembleia, Diosdado Cabello, deveria assumir as rédeas do país, devido à ausência do presidente. Com os protestos da oposição, que chegou a mencionar que o chavismo estaria dando um “golpe de Estado”, o governo convocou a população às ruas para defender Chávez. “É um dia histórico, porque começa o mandato do presidente Chávez 2013-2019″, afirmou o vice-presidente Nicolás Maduro.
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“Eu não tenho medo deles [oposição]. Aqui há um povo fiel ao presidente e que irá defendê-lo até a morte. Eu votei por Chávez e quero que ele cumpra esse novo mandato”, continuou Haydée. Assim como ela, o técnico agrícola Jarion Centena, de 30 anos, chegou cedo à concentração em Caracas. “Minha vida mudou completamente desde a eleição de Chávez. Hoje somos mais politizados, não hesitamos em discutir os problemas do país. A oposição pensa que somos os mesmos ignorantes de antes, mas estão enganados”, disse Centena, habitante do Estado de Miranda.
Sobre a ausência do presidente, que ainda não mandou uma mensagem direta ao povo venezuelano ou apareceu em fotos e vídeos, o técnico agrícola afirmou confiar no vice-presidente e no resto do gabinete ministerial. “Com ou sem Chávez iremos seguir. Ele já plantou a semente”, ressaltou. Haydée concorda: “de coração, espero que ele se recupere, mas caso Deus não queria que o presidente esteja conosco, o honraremos aprofundando ainda mais essa revolução. Hoje é a posse do povo!”.
A última informação oficial sobre a saúde do presidente, divulgada nesta semana, dizia que ele está “assimilando bem” o tratamento de uma insuficiência respiratória, provocada por uma infecção pulmonar. O boletim médico informava, ainda, que a situação dele, embora delicada, estava “estacionária”.

Oposição

Em reação à decisão do Supremo, a oposição convocou um ato para 23 de janeiro. “Respeitamos e acatamos a decisão do tribunal, mas isso não significa que vamos nos silenciar e que não vamos seguir nos mobilizando para tentar restabelecer a ordem constitucional perdida”, disse o deputado Alfonso Marquina.
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Venezuelanos tomam ruas de Caracas para apoiar Chávez. (Agência Efe)
O parlamentar afirmou que o dia 23 de janeiro, data do 55º aniversário do final da última ditadura militar no país, foi escolhido para demonstrar que os venezuelanos podem viver em democracia.
“Hoje, quando em nosso julgamento está seriamente afetada e seriamente ameaçada a democracia venezuelana com estes mecanismos que estão se implementando, nós convocamos os venezuelanos para defender esse legado de liberdade, de democracia”, disse um Marquina rodeado por deputados da aliança opositores MUD (Mesa da Unidade Democrática).
“É nossa proposta para a MUD, para todos os venezuelanos de bem que querem que se saiba a verdade, que querem que se restabeleça a ordem e que querem que se respeite a vontade popular”, acrescentou, sublinhando que se trata de um “ato cívico, pacífico e democrático”.
Marquina anunciou que vai levar suas denúncias e exigências “aos países irmãos da América Latina e do mundo” e “às instâncias internacionais”.
Agência Efe e Opera Mundi (Marina Terra)

com Pragmatismo Político 

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