sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Por quê esse linchamento da Calmon?
Via Conversa Afiada
Num artigo magistral,Joaquim Falcão denunciou a "estratégia" de guerrilha processual permanente contra o Conselho Nacional de Justiça!
Foi na Folha (*)-ao analisar o voto estarrecedor do Ministro Mello,o Marco Aurélio do Caciola,que fechou o CNJ até fevereiro.
"Guerrilha processal".
Este ansioso blogueiro conhece bem essa ameaça.
Agora,na pág.10 do Globo,Eliana Calmon "se diz vítima de tentativa de linchamento moral".
Quando o ex-Supremo Presidente do Supremo,Gilmar Dantas (**) ajudou a construir o "linchamento moral" do juiz Fausto de Sanctis,com a providencial ajuda de magistrados da Corte de São Paulo,ninguém se assustem.
Natural.
Afinal,o ex-Supremo era (e ainda pensa que é) Supremo.
Quando o ex-diretor-geral da Polícia Federal,que gosta de ilhas e do norte da África,Luiz Fernando Correa (aquele que ainda não achou o áudio do grampo),montou uma "guerrilha processual" contra o ínclito delegado Protógenes Queiroz,o PIG (**) aplaudiu de pé.
Afinal,o PIG (Partido da Imprensa Golpista) conseguiu transformar o agente da Lei,que prendeu um "banqueiro bandido" (Protógenes não se refere,aqui,a Caciola),em criminoso.
De Sanctis e Protógenes,que mandaram Daniel Dantas para a cadeia sofreram o que Eliana Calmon sofre agora.
O pelotão de fuzilamento montado contra Calmon transcende a batalha dentro do Judiciário.
A opacidade do Judiciário é outra questão.
O cerco à Calmon faz parte da muralha que separa Soweto do resto da África do Sul.
E os que tentam derrubar a muralha são confinados na Soweto.
Com a ajuda da tevê-monopólio-o Clarín,digo a Globo-e seus subalternos agentes,como a Folha (*).
Quem tenta romper a muralha não sobrevive.
Esporadicamente,um fenômeno como as vendas do "Privataria Tucana"-que ainda está por compreender-se-explode na cara da elite branca,de olhos azuis.
Esporadicamente.
Calmon,De Sanctis,Protógenes-são os exemplos mais eloquentes desse linchamento.
Quando o CNJ investigou os juízes do Amapá,tudo bem!
Desceu em São Paulo,"o centro do reacionarismo brasileiro,onde reside a elite mais retrógrada",como diz Mino Carta-foi esse Deus nos acuda.
Em São Paulo,onde Daniel Dantas conseguiu transformar a ação derivada da Operação Chacal num ser semi-morto,na primeira instância.
Ministra Calmon,não entre em São Paulo sem avisar.
Por exemplo,telefone antes para o Marcio Thomaz Bastos.
Ele será capaz de lhe dar o mapa do poder em São Paulo-a começar pelo mapa do poder no Judiciário de São Paulo.
Ele é das Arábias,Ministra.
E do Supremo!
A senhora saiu lá da Bahia,desavisadamente,e tentou ler o Imposto de Renda dos Juízes paulistas.
Onde já se viu isso,Ministra!?
Isso é muito mais complicado do que uma questão do Judiciário.
A senhora entrou nas vísceras dos "Donos do Poder".
Aproveite as férias,Ministra e releia o Raymundo Faoro.
Não há nada de novo nas estrelas,Mercutio.
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